quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tema: Memória do rato, já velho, do dia em que este conheceu Alice.



Sara Castela Cipriano nº27 10ºA


Quando era jovem, os meus dias eram sempre diferentes uns dos outros, às vezes melhores e outras vezes piores, mas sempre diferentes. Normalmente, cada dia ensinava-me alguma coisa, coisas novas; sentimentos novos e experiências inesquecíveis, ou seja, experiências para toda a vida.
E na verdade houve um dia de que nunca me pude esquecer, era um dia comum e eu estava no meu país, no meu mundo, no País das Maravilhas, onde passava grande parte do meu tempo. Nesse dia eu estava a passear pelo grande átrio, quando de repente uma grande quantidade de água inundou a sala e eu fiquei quase afogado nela. Mas rapidamente comecei a nadar para conseguir vir ao de cima e assim foi. Quando ali cheguei, pensando que estava sozinho, comecei a nadar para a margem, até que ouvi uma doce e fina voz que “começara a meter-se” comigo. A principio não liguei e continuei o meu caminho, até que aquela voz de uma menina, referiu a palavra “gato”. Nesse momento não hesitei e comecei a fugir da pequena. Esta rapidamente me acalmou, pedindo-me assim desculpa, mas de novo surgiu aquela palavra. A menina em cada frase que dizia referia o nome “gato”. Aborreci-me e afastei-me de vez da menina, mas ela, arrependida, tornou a pedir desculpa e pediu-me ajuda para chegar à margem. Não pude ficar indiferente a este pedido, então voltei para trás e ajudei-a. Chegámos à margem todos molhados, nós e mais uns quantos animais que naquele “mar” tinham mergulhado. Então a questão surgiu na cabeça de todos, como nos iríamos secar? Nesse momento surgiram várias opções, até que decidimos fazer uma maratona eleitoral, no fim desta todos estávamos secos e como prémio do jogo, Alice, a menina de que falava, teve de dar um presente a todos os participantes. Depois disto a menina pediu para lhe contar a razão por que eu não gostava de gatos e depois de algum tempo de reflexão, lá comecei a contar. Mas Alice não tomara atenção ao que lhe contava, então parei e de novo a menina pediu perdão e ainda pediu para eu continuar a história. Desta vez tinha sido “a gota de água”, fui-me embora, Alice ainda implorou que ficasse, mas eu não queria, nem podia. Prossegui o meu caminho, chateado e indignado.
Passaram-se muitos anos e nos dias de hoje olho para trás e compreendo o desassossego e a distracção daquela menina, afinal era uma simples jovem em fase de crescimento, não sabia nada da vida, nem o que dizia, nem o que fazia. Mas ela foi a razão pelo qual o meu dia foi diferente e inesquecível, quando torno a pensar na primeira vez que a vi e que falei com ela penso que tudo poderia ter sido diferente, mas reflectindo bem, se tivesse sido diferente hoje talvez não fosse um dia a recordar.
Foram bons dias e neste momento o meu coração bate mais forte apenas de saudades daquela menina. Espero que hoje ela esteja bem e que recorde, como eu, aquele dia muito agitado.

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