sexta-feira, 28 de maio de 2010

Por mim, o fim era assim

... Coelho ...

Alice desiste

Saturada de tanta incoerência e maluqueira, Alice foge. Corre sem destino, tentando encontrar o caminho que a levasse de volta à Realidade…
No meio da paisagem surge-lhe uma luz, vinda de cima. Era o buraco por onde tinha entrado, mas o buraco estava alto, muito alto. Só tinha uma solução: recorrer às poções mágicas à sua disposição.
Não foi preciso muita procura para encontrar uma garrafa com um líquido que a faria aumentar. Mas desta vez Alice não tinha quem a guiasse e as suas experiências anteriores não tinham sido suficientes para Alice aprender a lidar com os poderes que tinha à sua disposição. Na sua ânsia de fugir, na sua sofreguidão e desejo de liberdade, Alice bebe imensa poção, alcançando um tamanho perigoso: suficientemente grande para alcançar a Realidade mas o não o suficiente para o passar na totalidade!

Sem ninguém que a ajude, Alice acaba por desfalecer, presa no buraco. Aos poucos e poucos, sozinha, Alice desiste de lutar. Tudo fica longe e escuro, muito escuro…
A partir desse dia, nunca mais a vi, as saudades apertavam e nada podia ajudar a esquecer toda aquela aventura. Agora eu tornei-me muito mais lento, com tanta pressa não tinha tempo para estar com Alice, minha querida Alice. Pois bem agora decidi mudar.
Mudar e para melhor, quero ter mais calma, poder desfrutar de tudo a que tinha direito.
Obrigado por tudo Alice… É pena ter-me apercebido tão tarde, mas afinal mais vale tarde do que nunca!

... Chapeleiro Louco ...

A grande conquista

No jardim do País das Maravilhas, tinha sido plantada uma roseira de rosas brancas, cor que a Rainha odiava. Para evitar a irritação da Rainha, as cartas pensaram que a solução seria pintar as rosas brancas de vermelho, de modo a esconder a verdade.

Estavam eles nessa pintura, quando a Rainha se aproxima. Ela não podia perceber o que se estava a passar, muito menos saber quem eles eram! Para se confundirem, as cartas deitam-se então no chão, de costas voltadas para cima, mostrando-se assim todas iguais, impossibilitando a sua identificação.

Apesar dos esforços da Rainha, não os consegue identificar. Pede ajuda a Alice, que se recusa a dar-lhe qualquer pista, o que a enfurece a ponto de ordenar a sua decapitação... Mas o Rei, cansado da atitude da Rainha, suspende a ordem da Rainha, chamando a atenção para o facto de Alice ser uma criança.

Havia já algum tempo que, das imensas sentenças de morte ordenadas pela Rainha, poucas pessoas o eram realmente. Em segredo, o Rei perdoava a muitos condenados, sendo por isso reconhecido e acarinhado, ao contrário da Rainha, a quem todos temiam.

Aproximava-se mais um julgamento: o Valete de Copas era acusado de roubar as tortas da Rainha. O Rei era o Juíz e como testemunhas apresentámo-nos, eu, o Chapeleiro Louco, a cozinheira da Duquesa, e a própria Alice, que, entretanto, resultado de umas bolachinhas mágicas, ia aumentando de tamanho… Mas aumenta tão rapidamente que o facto não passa despercebido ao Rei que acaba por ordenar a sua saída, cumprindo o determinado num artigo do seu caderno. Menina de acatar poucas ordens, Alice não concorda com a decisão e recusa-se a sair. Está lançada a confusão e um nova discussão.

Ponto a ponto, aliás, Alice enumera inúmeras incoerências daquele tribunal, o que devidamente analisado o anulava…Contrariada com o atrevimento de Alice, a Rainha ordena uma vez mais: - Cortem-lhe a cabeça! - mas o Rei, com sentido de justiça, reconhece que Alice tem razão. Satura-se definitivamente da posição da Rainha e ordena-lhe que se cale.

A vida no País das Maravilhas tinha que mudar. Os seus habitantes tinham que ser acarinhados, apoiados e defendidos, não aterrorizados!

Ninguém queria acreditar! O impensável estava a acontecer! Finalmente o Rei assumia as suas responsabilidades.

Contentes com a coragem do Rei, todas as cartas e habitantes do País das Maravilhas o aclamaram.

Todos os habitantes acompanharam Alice até ao caminho de saída para a Realidade. O rei, demonstrando a sua gratidão, proclama Alice persona mui grata e convida-a a visitar o país sempre que o deseje, com a certeza, porém, de que será sempre bem vinda.

Há muito que não se vivia um ambiente tão feliz no País das Maravilhas.

Sara Simões

10º C – nº 21


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