quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O EU E A MÁSCARA

"[...] Será que me modifiquei durante a noite? [...] Tenho a impressão de que me lembro de sentir-me um pouco diferente. Mas se não sou a mesma, quem sou eu afinal? Ah, esse é o grande quebra-cabeças! [...]"
in
Alice no País das Maravilhas

O uso da máscara é recuado como a história da humanidade. Já na mitologia a encontramos. É o caso do Deus Janus, que usa uma máscara na parte anterior e outra na parte posterior do rosto.
É daí que vem o nome do mês de Janeiro, Janus, o deus da Porta de entrada, um rosto olha o passado, outro olha o futuro.
O presente é sem máscara.



Também no teatro grego a "persona" representava o estado anímico da personagem representada.



A história da máscara é longa e rica.
Vamos abreviar.
Hoje, a máscara é ainda usada no carnaval e noutras ocasiões festivas, como em certos bailes. Continua a ser usada no teatro e nalguns espectáculos, como a dança.
Mas há outro tipo de máscara, aquela que se cola ao corpo e que de tão colada, por vezes, se confunde com a pele. Pode ter várias camadas. Retirada uma máscara, outra se descobre e assim sucessivamente como as peles da cebola. Quanto mais medo, mais máscara.
A máscara é uma espécie de escudo com que os seres humanos se apresentam perante aquilo que por vezes lhes parece uma ameaça: a vida; e um perigo: os outros. Mas tudo se torna ainda mais grave quando nem de si para consigo deixam de usar a máscara.
É nesse momento que o ser se encontra totalmente perdido, porque nem a si se reconhece.
Quando há a coragem de retirar (ou, pelo menos, identificar) as várias máscaras que nos pesam sobre a pele, o que está por baixo por vezes é doloroso, mas esconde a luz. É preciso coragem para atravessar essa dor, porque a luz do verdadeiro ser está lá ansiando por ser reconhecida e ver-se a si própria, e ver ela própria... a luz do dia.
A luz aspira pela luz.
Por isso vos pedi para escreverem, na primeira aula, sobre "O eu e a máscara". Apenas um primeiro passo. Revelou-se nalguns casos tímido, noutros mais ousado, noutros ainda muito... mascarado. Cada um na medida das suas forças e do seu olhar. Tudo tem um tempo. Mas é preciso começar.

Esta é uma introdução a um trabalho de investigação individual que gostaria que fizesses, sobre um dos seguintes temas:

A- A máscara ao longo dos tempos
B- A máscara hoje
C- A Máscara em Alice no País das Maravilhas

Escolhes apenas um dos tópicos, o trabalho deve ser iniciado hoje, todos os passos, meditações descobertas, ideias, registos, etc, são anotados num bloco que deve andar sempre contigo e ser trazido para a aula (posso pedi-lo em qualquer altura), não aceito copy-paste da internet, mas são admitidas citações devidamente identificadas, reflexões tuas (muitas) e conclusões.
Pode ser ilustrado com desenho ou fotografia (teus).
A avaliação incide não apenas sobre o produto, mas também sobre o processo.
Tendo em conta que se trata da disciplina de Português, o aspecto mais valorizado será, sem dúvida, o texto (o TEU texto: pessoal, criativo, crítico, reflexivo, original) e o equilíbrio entre os vários elementos.
O texto pode assumir várias formas: informativo, narrativo, dramático (no sentido de teatral ou em diálogo) descritivo e poético/lírico.
O título é o tópico acima por ti escolhido, mas deves dar-lhe um subtítulo teu.
No final, toda a bibliografia, sites e outras fontes consultadas devem constar.
A data de apresentação é o início do 2º período. Não haverá adiamentos.
Darei em breve informações adicionais sobre estes trabalhos, mas podes e deves começar já.

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