domingo, 25 de outubro de 2009

Janus ou a máscara: poema de Margarida Morgado

 Publicado com a sua autorização.


Janus

Desde que ousei aprender o teu nome
a máscara que te pus caiu em estilhaços

quem não conheço nem me é alguém

conhecer é nomear
é chamar-te pelo nome
é começar a desvendar teu próprio rosto
feito de silêncios e tensões
                            e mágoas
                                e escutas
                                    e sorrisos

nomeá-lo é criar o nós que somos
sem o qual o eu nem sequer existe
aprender o teu nome é aprender um pouco mais de mim

trágicos são os fazedores de máscaras
que usam de sedução
para esconder o seu próprio rosto
e o vendem feito judas
aos que o seu não ousam revelar

Margarida Morgado,  Évora, 14 de Outubro de 2009

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