Nádia Filipa Simões Eloy
Nº18 10ºC
Numa tarde de Inverno demasiado quente, estavam sentados um Chapeleiro Louco e um Coelho conversando debaixo de uma árvore sobre coisas estranhas.
- Ouve lá Coeeeelho, o que é que goshtavash de contar she pudesshes eshcrever o final da Hishtória do Lewish? Aquele maluco ouviu a hishtória da Aliche e deu o final feliiiz apenash a ela, e nósh, fomosh eshquecidosh e não lembradosh e eshquecidosh! Já disshe não lembradosh?!
- Não sei, querido chapeleiro, mas digo-lhe que estou a pensar seriamente se estarei atrasado ou não para o encontro formal que tenho com a nossa estimada amiga lebre. Se me permite, gostaria de me ausentar. – Responde o coelho.
- NÃO PODE SHER NÃO SHENHOR! Vamosh lá falar a meshma língua, eshtá bem? O combinado era apenash shairmosh daqui quando eshtivesshemos terminado a hishtória para mandar para aquele maluquiiiinho mudar o final. É um maluquiiiinho, mash meshmo. Não podemosh deixaaaar que aquele maluquiiinho nosh inclua shem nosh dar um final importante. Já te disshe que ele é MALUQUIIINHO?!
E o chapeleiro continuou. O Coelho, já cansado de tanto o ouvir durante uma eterna meia hora, acabou por cair no sono e repousou. Sonhou com o dia em que Alice os visitou e sorria, sorria enquanto dormia.
Nesse sonho, a menina levou o para o seu mundo, apenas para lhe dar a conhecer a sua família e a sua casa, ela queria o lá para lhe trazer todas as manhãs o correio e o jornal. O coelho ficou muito contente. Apesar de ser um coelho real, não se importava de o fazer por Alice, pois o amor que ele tinha por ela era imenso. A sua amizade era bela, sonhava poder trazer tudo o que a menina quisesse de manhã e brincar com ela o resto da tarde. Certamente à noite, ela dar-lhe ia um chá como se servia no País das Maravilhas e aconchegava-o numa cama grande e felpuda para que ele pudesse descansar.
Numa manhã agitada, já de volta à escola, Alice teve de deixar o coelho a dormir sem se despedir dele. Quando o coelho acordou e deu com a casa vazia, apenas com a Dinah por perto, sentiu-se assustado, muito mas muito assustado. Será que a Alice o tinha deixado?
Era Inverno, a casa estava cada vez mais escura, nenhum sinal da menina por perto. Era a hora de brincar e nenhum sinal de Alice, nenhum.
Era a hora do banho e nenhum sinal de Alice, nenhum.
Entra a mãe de Alice e diz que o jantar será Coelho Salteado e o pobre coelho assustado começa a pensar em todas a bolachinhas que a Alice lhe pedia que comesse, em todas as tartes de cenoura com mel que a sua mãe fazia especialmente para si e, dá conta de que tudo foi um plano para o poder COZINHAR!
Nisto, assustado, o Coelho acorda. Dá de caras com o louco do Chapeleiro a olhá-lo bem de perto.
- Então, Coelho? Quem olha para ti pensha que shó por acaso eshtavash a dormir e acordashte com um pesadelo. Ah ah ah!
O Coelho nem se pronunciou. Estava demasiado abalado para isso. Mas pensou:
«Se contar a este louco o meu sonho até à parte de que gostei, pode ser que me faça o obséquio de escrever a carta ao Lewis e me deixe ir embora.»
- Ora, Chapeleiro, quer que lhe diga um bom final para a minha personagem lá no livro do Sr. Lewis? Então cá vai.
E contou a história deixando o Chapeleiro boquiaberto.
- … ou seja, fui morar com a Alice como seu servente, e fomos felizes para sempre. Que tal? Está óptimo não está? Que posso eu dizer? Mentes brilhantes, mentes brilhantes. Ora, agora se me permite, tenho um compromisso para o qual estou imensamente atrasado. Se a rainha descobrir mais este atraso, CORTA ME A CABEÇA. Cumprimentos, cavalheiro.
O Chapeleiro não o impediu.
- Com que então o coelho queria ficar com a Aliche shó para ele, heiiiin? É tão maluquiiinho e maluquiiinho como o Lewish! – Disse para ele.
Retirou-se para um local mais indicado e começou a escrever:
De: Chapeleiro LOOOOUCO
Para: Eshtimado Shenhor Lewish Carroll
Paísh dash Maravilhash, não shei o dia nem o mêsh de 2010
Querido Lewish Carroll, é muito chateado que venho falar conshigo poish não goshtei do final que deu ao livro da hishtória que a Aliche lhe contou.
Venho por eshte meio pedir-lhe que mude o meu e o final do Coelho, poish é uma falta de reshpeito, de dechência e de reshpeito. E de dechência também.
O coelho goshtava de ir morar com a Aliche e de lhe ir bushcar o correio, o jornal e o correio todash ash manhãsh e sher feliz pra shempre.
Eu goshtava apenash que a malucaaaaa da Rainha de Copash fosshe eshtraviada para o pólo norte e de ficar nash minhash festash loucash com a lebre a beber o chá dash cinco todo o dia.
Shei que sherá posshivel, porque o shenhor é tão maluuuuuuco como eu. Ah ah ah!
Veja she faz maish uma hishtória nossha e dá um final maish feliz àsh pershonagensh.
Muitosh abrachinhosh com chá do
Chapeleiro LOUUUUUUUUCO
E assim terminou a tarde de Inverno com o Chapeleiro Louco e o Coelho.