terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Memória

Sara Castela Cipriano nº27 10ºA

Tema: Memória do rato, já velho, do dia em que este conheceu Alice.


Quando era jovem, os meus dias eram sempre diferentes uns dos outros, às vezes melhores e outras vezes piores, mas sempre diferentes. Normalmente cada dia ensinava-me alguma coisa, coisas novas, sentimentos novos e experiências inesquecíveis, ou seja, experiências para toda a vida.
E na verdade houve um dia de que nunca me pude esquecer, era um dia comum e eu estava no meu país, no meu mundo; no país das maravilhas, onde passo normalmente grande parte do meu tempo. Nesse dia eu estava a passear pelo grande átrio, quando de repente uma grande quantidade de água inundou a sala e eu fiquei como que afogado nela. Mas rapidamente comecei a nadar para conseguir vir ao de cima, e assim fiz. Quando ali cheguei, pensando que estava sozinho, comecei a nadar para a margem, até que ouvi uma doce e fina voz que começava a meter-se comigo. A princípio não liguei e continuei o meu caminho, até que aquela voz de uma pequena menina, referiu a palavra “gato”; nesse momento não hesitei e comecei a fugir da pequena. Esta rapidamente me acalmou pedindo-me desculpa, mas de novo surgiu aquela palavra, a menina em cada frase que dizia referia o nome “gato”. Aborreci-me e afastei-me de vez da menina, mas ela, arrependida, tornou a pedir desculpa e pediu-me ajuda para chegar à margem. Não pude ficar indiferente a este pedido, então voltei para trás e ajudei a menina. Chegámos à margem estávamos todos molhados, nós e mais uns quantos animais que naquele “mar” tinham mergulhado, então a questão surgiu na cabeça de todos: como iríamos secar-nos? Nesse momento surgiram várias opções, até que decidimos fazer uma maratona eleitoral; no fim desta todos estávamos secos e como consolação do jogo, Alice, a menina de quem falava, teve de dar um presente a todos os participantes. Depois ela menina pediu para lhe contar a razão por que eu não gostava de gatos e depois de algum tempo de reflexão lá comecei a explicar-lhe. Mas Alice não tomava atenção ao que lhe contava, então parei e de novo a menina pediu perdão e ainda me pediu para continuar a história. Desta vez tinha sido “a gota de água” e fui-me embora. Alice ainda implorou que ficasse, mas eu não queria nem podia. Então prossegui o meu caminho, chateado e indignado.
Passaram-se muitos anos e nos dias de hoje olho para trás e compreendo o desassossego e a distracção daquela menina, afinal era um simples jovem em fase de crescimento, não sabia nada da vida, nem o que dizia, nem o que fazia. Mas ela foi a razão pelo qual o meu dia foi diferente e inesquecível; quando torno a pensar na primeira vez que a vi e que falei com ela, penso que tudo poderia ter sido diferente, mas reflectindo bem, se tivesse sido diferente hoje talvez não fosse um dia a recordar.
Foram bons dias e neste momento o meu coração bate mais forte apenas de saudades daquela menina. Espero que ela esteja bem e que recorde, como eu, aquele dia muito agitado.

A Alice é minha!





Crónica


Fátima Rodrigues

Capa do jornal


Leonor e Joana Alves, 10 B